POESIA DE ANA MARIA JOSÉ LINS (ANA LINS)
Ana Lins era Mestiça
Descendente de holandeses
Nasceu em Porto Calvo
Mas naturalizou-se miguelense.
Chegou aqui viúva
E casou-se logo em seguida
Com Manuel Vieira Dantas
Um verdadeiro estadista.
Mulher forte e valente
De uma fibra espantosa
Não tinha medo de nada
Morria por suas coisas...
Participou da revolução
Numa batalha infernal
Seu desejo era libertar
O Brasil de Portugal.
Reuniu vários amigos
Na guerra do Equador
Mas, porém foi derrotada
E aos rebeldes se entregou.
Vendo o Marido ser preso
Tão pouco se intimidou
Permaneceu ao lado do filho.
O futuro sonhador.
Assistiu toda miséria
Os seus canaviais incendiados
Ainda por cima os rebeldes
Queriam demolir a casa grande.
Com o passar do tempo foi presa
Justamente com o seu filho João
Mais logo em seguida foram soltos
Por ordem jurídica da nação.
Voltou para São Miguel dos Campos
E reconstruiu o seu engenho
Plantou cana, comprou gado
Realizou de novo o seu sonho.
Morreu; Mais até hoje,
Sua história, sua Vida
Seu ato de heroísmo
Permanece ainda vivos
No memorial da consciência.
Poesia de Ernande Bezerra de Moura