IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó (1835) - O LADO DE FORA
Te fizeram num aspecto inclinado,
Num lindo formato arquitetônico;
Uma obra inspirada do Barroco,
Por grandes mestres do passado.
Aos lados duas varandas separadas,
Enfeitadas de pequenos gorgomelos torneados;
No seu centro vários degraus agrupados,
Que nos levam ao encontro a Casa Santa.
À frente é composta de três portas,
Escavacadas no estilo colonial;
Porém duas portas são mais estreitas,
Do que a grande porta principal.
Estão expostas na face da parede,
Cinco fabulosas janelas adjacentes;
Onde de cima de suas varandas gradeadas,
Avistamos a praça com a nascente.
No seu arco duas torres laterais,
Com lindas fachadas decoradas;
Esculpidas por várias mãos sagradas,
No mais eterno adorno espiritual.
A torre da direita é mais antiga,
Já existia, desde a sua fundação;
Contém quatro aberturas transparentes;
Onde os seus sinos badalam, nos dias de missões.
No seu acervo um relógio original (França, 1913),
Doado pelo proprietário do engenho do Coité;
Conhecido por Coronel Marcos Antonio José da Silva
Grande voluntário das terras dos Caetés.
A torre da esquerda foi obra oferecida (1921),
Como prenda por Maria Júlia da Rocha Santos;
Dama da grande sociedade miguelense
Que premiou com ela a mãe do espírito santo.
Nela foi esculpido um relógio a óleo,
Quase idêntico ao relógio da esquerda;
Nos conta a velha guarda do passado,
Que ele chegou a trabalhar engatado no outro com uma corda.
No seu arco divisor um cruzeiro,
Dando o parecer de cinco estrelas semelhantes;
Que acesas com suas luzes brilhantes
Torna a Matriz mais elegante.
Seus oitões são compostos de belas colunas,
Tendo o formato parentesco um com o outro,
De cada lado nove janelas e duas portas,
Que também fazem parte da sua obra sagrada.
No seu terminal uma frente oculta,
Talvez! Tampada mandada pelo Vigário;
Não tem porta! Apenas dois olhos estrelados,
Onde neles avistamos a praça do centenário.
Poesia de Ernande Bezerra de Moura