Poesias de Miguelenses

CAMINHADA PARA O ALÉM

Foi embora, não sei para onde,

Pelo subsolo das noites sombrias,

Onde o vento, não sopra, não venta,

O seu corpo coberto de areia.

Dorme nos encantos da solidão,

Trancado na cela do tempo,

Não fala, não ouve e não vê,

O mundo de lá de dentro,

Parado como uma múmia,

Não sorri, não grita, não anda,

Jamais provará do fruto,

Também não colhe, não planta.,

Descansa na treva profunda,

Onde não se tem o lado de fora,

Não chora, também não sofre,

Os sentimentos de outrora.


Poesia de Ernande Bezerra de Moura