Poesias de Miguelenses
ASA BRANCA DO SERTÃO
Asa branca, está triste? Por que choras?
Por que fica muda, em vez de me alegrar?
Eu que choro entre os matos da caatinga
E é você, que sempre fica do meu lado a lastimar.
Nunca mais teve coragem de voar,
Parece até que seu corpo sente a minha dor!
Eu que sofro as calúnias dessa vida
E é você que sente no peito este calor.
Por mais caustigante, você não me abandona,
Fica morrendo a cada dia dia, mas não sabe
Se eu passo fome, você também não come
Se tenho sede, também você não bebe.
Asa branca, por que você não voa e vai embora!
Você tem asas e pode algum dia voltar
Deixe-me a sós e vá para bem longe!
E volte, quando a chuva aqui chegar.
Poesia de Ernande Bezerra de Moura