LENDAS

A lenda do Padre sem cabeça

Antigamente se via no Beco do Quebra Negro a visão de um Padre sem cabeça.
Muita gente tinha medo de passar naquela localidade.
Certo dia um grupo de policiais, comandado pelo Coronel Floriano, botou tocaia para pegar o tal Padre sem cabeça.
Quando foi meia noite em ponto, a dita assombração vinha caminhando calmamente e o Coronel e sua equipe de trabalho conseguiram pegar o tal padre e todos eles tiveram uma grande surpresa, porque nada mais era do que um simples cidadão vestido num enorme capote, onde as abas cobria por inteiro a sua cabeça, dando-nos realmente uma visão de um padre sem cabeça, principalmente no escuro.
Depois ficamos sabendo por terceiros que o nobre cidadão vestia o capote para não ser reconhecido pelos amigos, pois o mesmo tinha um caso amoroso com uma mulher casada e exatamente à meia noite em ponto todos os dias, ele ia espera-lá quando largava do serviço, pois a mesma era funcionária da Fábrica de Tecido Vera Cruz.
Obs: "Este fato aconteceu nos idos de sessenta, na proximidade onde é hoje o Mercado Público Municipal.
Nesta época o terreno aonde foi alevancado o mercado, existia um enorme plantio de cana - de - açúcar pertencente a família de Mário Soares Palmeira.
O município de São Miguel dos Campos ainda não tinha energia, a cidade era alimentada por um gerador.
Como todo mundo sabe, a energia só chegou de fato e de direito no município em 1964, na gestão do Prefeito Moacir Cavalcante.
A delegacia funcionava no prédio onde é hoje Casa da Cultura.
No local onde ocorreu este fato havia uma pequenina estrada que dava acesso a rua da Bica como também a Fábrica de Tecidos Vera Cruz.
Lá existia um passa disco de arame onde as pessoas passavam por dentro, chamado de beco do quebra negro.
O local recebeu este nome, porque no local matava-se muita gente, o lema era esse. Eita! quebraram mais um negro.
Os funcionários da fábrica gostavam muito de passar nesta localidade, pois o acesso era mais perto de chegar até a indústria.
De dia, o ambiente era normal, o perigo era mais a noite".
( Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura)