LENDAS

A lenda do menino do caju

SÉRIE LENDAS MIGUELENSE!
"A LENDA DO MENINO DO CAJU"
Este fato aconteceu na divisa entre o Sítio do Sr. Fausto Firão e do Sítio Bacalhau. De propriedade do Sr. José Calazans de Medeiros. Que foi Prefeito Intendente da cidade de São Miguel dos Campos.
O Riacho do Pitu era o principal ponto da divisa dos sítios. Onde na sua proximidade foram construídos dois banheiros. Um masculino e outro feminino. Além de uma lavanderia para suprir as necessidades da comunidade local.
Em cada banheiro foi instalado uma vala. Com uma bica para receber as águas oriundas de uma nascente existente no meio da mata. Num lugar denominado "Morro do Coringa".
Os sítios eram infestados de diversos pés de frutas. Mas! O fruto que mais chamava atenção era o pé de caju. Pelo fato dele servir de tira-gosto para aqueles que frequentavam o famigerado cabaré.
Um certo dia! Um homem que estava bebendo em umas das mesas de um quiosque. Chamou um determinado menino que ia passando nas imediações do quiosque e oferecer-lhe uma determinada quantia em dinheiro, para que ele fosse até o sítio tirar alguns cajus para ele.
Era exatamente seis hora da noite. Quando o menino pulou o cerca do Sítio Bacalhau e correu em direção do pé de caju para tirar os frutos. Por coincidência do destino naquela hora ia passando o vigia do sítio com sua espigada soca tempero e atirou no menino. O tiro pegou no peito esquerdo da criança. Que caiu no chão quase sem vida.
O vigia quando viu o menino baleado tomou destino ignorado. Foi quando um grupo de pessoas pegaram a criança e levaram até o hospital José Inácio (Santa Casa de Misericórdia). Chegando lá, o menino não suportou o ferimento e faleceu.
No outro dia! A família fez o sepultamento da criança no cemitério local. Acompanhado por uma grande multidão. Depois do caso acontecido. O dono do sítio levou o vigia até a delegacia para dar o seu depoimento. E ele confessou o crime para o delegado. O mesmo ficou preso por pouco tempo. E anos depois, veio a falecer.
O dono do sítio ergueu uma Santa Cruz de Madeira e construiu uma pequenina capela próximo ao portão de entrada do sítio. Em homenagem ao menino. Muita gente dessa comunidade e de outras ruas adjacentes. Vinham fazer promessas em louvor a criança. Oferecendo-lhe fitas e velas acesas.
Até pouco tempo. Algumas pessoas que iam tomar banho na bica do pitu. Avistaram a imagem do menino junto a capelinha. Vestido com roupa branca, chorando e com as mãos cheias de cajus. Outros em vez de vê o menino. Esbarravam com a figura de um velho joelhado. Provavelmente o vigia arrependido, chorando, pedido perdão a Deus e a criança pelo bárbaro crime que cometeu.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura.