O Montepio dos Artistas era uma organização beneficiária composta de diversos profissionais da área do trabalho, tais como: Pintores, Pedreiros, Marceneiros, Alfaiates, Fogueteiros, Eletricistas, Padeiros, etc.

Faziam parte também da associação, os operários da Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel ( Fábrica de Sebastião Ferreira ) e os operários da Fábrica de Fiação e Tecelagem Vera Cruz como também as empregadas domésticas, além de outros profissionais da terra.

O objetivo principal da associação era o atendimento na compra de medicamentos e no auxílio funerário das pessoas mais carentes.

Durante a sua trajetória de vida a associação foi presidida por diversos membros filiados a instituição, como por exemplo: Miguel Frederico, Francisco Marques de Moura, Mílton Leite e tantos outros.

Quando seu principais fundadores faleceram a associação começou a fracassar, chegando ao ponto de fechar às portas, fato que aconteceu na década de setenta.

Também nesta época, a maioria dos sócios optaram pela aposentadoria do INSS e outros morreram por infelicidade do destino.

Anos depois, o prédio passou a pertencer a Fábrica de Fiação e Tecelagem Vera Cruz e na sua dependência foi criado o Sindicato de Fiação e Tecelagem das Indústrias Têxteis do município de São Miguel dos Campos, órgão destinado aos operários da referida fábrica como também para resolver as pendências dos operários da antiga Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel, que nesta época, tinha acabado de ser extinta.

Seu primeiro presidente foi o Sr. Liberalino Ferreira da Silva, também conhecido pelo pseudônimo de Liberal que presidiu a instituição por diversas vezes, posteriormente assumiu o cargo de presidente a Sra. Sebastiana dos Santos, conhecida popularmente pelo apelido de Maju e por último, o Sr. Modesto Gonçalves Guimarães que administrou o sindicato até o fechamento da Fábrica de Fiação e Tecelagem Vera Cruz, no início dos anos dois mil.

Ambos, prestaram relevantes serviços a cidade de São Miguel dos Campos como também lutaram para que a classe operária fosse beneficiada pelas leis constitucionais do país.

Com o fechamento da Fábrica Vera Cruz o Sr. Modesto Gonçalves Guimarães adquiriu a patente do prédio, em troca do pagamento que tinha para receber da fábrica, de quando era funcionário, acordo este, que foi firmado entre ele e o proprietário da indústria.

Nos idos de dois mil, o prédio foi alugado pela professora Fátima Bastos que instalou no local uma escola direcionada ao ensino infantil, denominada de "Escola Espacinho Meu", que funcionou aproximadamente até 2016.

Quando o prédio foi devolvido ao dono, ele fez do prédio a sua casa de morada, Modesto Gonçalves Guimarães morou no prédio com a esposa mais ou menos um ano.

Infelizmente em 2018, ele foi vítima de um acidente automobilístico no interior de Goiás, além dele, faleceram também sua esposa, o condutor do carro e seu genro.

Hoje este lindo patrimônio está com placa de venda, espero que o comprador mantenha pelo menos a sua estrutura e a sua fachada para o bem dos miguelenses e para a preservação da história do município de São Miguel dos Campos.

O casarão está localizado na proximidade da Igreja de Nossa Senhora do Ó e da Praça Padre Júlio de Albuquerque, no centro da cidade.

Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura