História de São Miguel dos Campos

A HISTÓRIA DO ANTIGO INSTITUTO IMACULADA CONCEIÇÃO DA CIDADE DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS -AL.

A Igreja de Nossa Senhora do Ó da cidade de São Miguel dos Campos, é dona de vários patrimônios que foram doados por diversas pessoas da comunidade local, que preferiram presentear à santa do que deixar-los para os familiares. Foi o caso do terreno, onde hoje está alavancado a nova escola, intitulado de "Colégio Imaculada Conceição".
Segundo reza a história, que o terreno foi doado para a igreja por uma beata que estava prestes a falecer, infelizmente nos registros da igreja não consta o nome dela. Sabemos que a igreja foi construída em 1835, mas o terreno onde está localizado a escola não podemos precisar a data exalta da sua aquisição, o que se sabe, é que o terreno foi transformado num cemitério e passou a fazer parte do complexo da referida igreja.
No final da década de quarenta o Padre Júlio de Albuquerque deu início as obras do prédio, mas não chegou a concluí-lo, pois ele foi designado para ocupar a titularidade numa igreja na capital e deixou a Matriz sobre a responsabilidade do seu auxiliar o Padre Aberlado que administrou a igreja até a chegada do padre Benício Dantas. Assim que chegou a São Miguel dos Campos, o Padre Benício Dantas deu continuidade nas obras e em 1955, o prédio estava completamente concluído.
Aquele que ia ser mais tarde, o Instituto Imaculada Conceição e a Escola Paroquial São José.
Nesta época, a Professora Abigail Correria de Sá juntamente com suas duas primas, Djane e Thereza Correia de Oliveira, sonhavam em criar no município uma Escola do Primeiro e do Segundo Grau que abrangesse não só a cidade de São Miguel dos Campos como também as cidades circunvizinhas. Um certo dia, a Professora Abigail convidou o Padre Benício Dantas para uma reunião em sua casa e com poucas palavras o padre concordou com a ideia da Professora e das suas primas e liberou o prédio para o funcionamento da escola. Abigail e as primas correram atrás de patrocínios para as compras dos equipamentos, como por exemplo: mesas, cadeiras, quadros, gis, apagadores, birôs, móveis, materiais escolares e produtos de limpeza. E no dia 27 de março de 1955, o sonho de Abigail e das primas foram concretizados, a escola foi inaugurada com as presenças, do governador do Estado de Alagoas, Arnon Afonso de Farias Melo e do prefeito do município de São Miguel dos Campos, Pedro Fernandes da Costa, além de intelectuais e autoridades da cidade. Como as fundadoras da escola eram devotas de Nossa Senhora da conceição, elas pusseram o nome da instituição de "Instituto Imaculada Conceição" em homenagem a Santa.
O Instituto Imaculada Conceição era umas das escolas mais organizadas do estado de Alagoas, o fardamento dos alunos chamava atenção de todos, não só pela beleza das cores como também no modo de vestir. O vestuário implantado pela escola era camisa e blusa branca, calça bege com friso grená e saia grená, meia branca e sapato preto. O uniforme das mulheres se destacavam mais do que as dos homens, por causa das famigeradas saias prensadas, também era obrigatório o uso da boina grená e da gravata da mesma cor, principalmente pela classe feminina. Os alunos antes de entrar na sala de aula, tinha que cantar o hino nacional, o hino da bandeira e o hino da independência como também rezar o pai e nosso.
Durante a sua trajetória de vida, o Instituto Imaculada Conceição recebeu deversas reformas, a última ainda está presente na característica da atual escola do município, só fez mudar o nome.
O Instituto Imaculada Conceição fechou às portas na década de noventa, por infelicidade do destino, a escola sobrevivia com as mensalidades dos alunos. Apesar do seu fechamento, a escola deixou um exemplo de respeito, de disciplina e de educação para a cidade de São Miguel dos Campos, que deveria ser empregado nas entidades escolares do município.
Muitos foram os professores que prestaram serviços em prol do desenvolvimento da escola e da formação educacional dos alunos, com certeza, o nome de cada um estão presentes nas memórias dos alunos da escola e também catalogados na história do município. Além desses, José Barbosa de Moura e dona Zinha, que deixaram um exemplo de vida e de amor pela escola. E parabéns para todos, que trabalharam direto ou indiretamente neste belíssimo estabelecimento escolar.
Também nesta mesmo período, o Padre Benício Dantas criou no município a "Associação do Ensino Paroquial" e meses depois, fundou a "Escola Paroquial São José". A escola funcionava no período da noite, das 07:00 às 22:00 horas, na dependência do Instituto Imaculada Conceição. A Escola Paroquial São José empregava para os alunos, o Ensino do Primeiro Grau, o objetivo da escola, era de alfabetizar jovens e adultos, sobre tudo, os operários das fábricas têxteis, São Miguel (Fábrica de Sebastião Ferreira) e Vera Cruz como também as empregadas domésticas. A escola tinha como diretora a Professora Eliza Leite Batista e posteriormente a Professora Flora Soares de Araújo. A instituição escolar, era mantida através de convênio do governo do estado e da prefeitura municipal, além de colaboradores e da mensalidade do Instituto Imaculada Conceição. A Escola Paróquia São José funcionou até 1959.
Nos finais de semanas, o espaço do Instituto Imaculada Conceição também era cedido para os artistas da terra, principalmente para apresentações de peças teatrais.
Em 2001, o prédio foi locado pelo Prefeito Nivaldo Jatobá, que reformou praticamente toda a sua dependência, preservando apenas a sua estrutura e no local instalou uma escola do Ensino Fundamental, intitulada de "Escola Municipal Imaculada Conceição'. Para o bem da história do município, o prefeito Nivaldo Jatobá manteve o nome da Santa na escola, para não deixar morrer a identidade e nem a tradição do antigo Instituto Imaculada Conceição.

Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura

* Obs: Informações obtidas nos escritos de José Barbosa de Moura (In Memória)