A história da paróquia de nossa senhora do ó da cidade de São Miguel dos Campos.
O povoado de São Miguel, depois vila de São Miguel e consequentemente cidade de São Miguel dos Campos, já era Curato em 1683, sobre a vocação de Nossa Senhora do Ó. Anos depois, o Curato foi elevado à categoria de Freguesia. Fato que aconteceu em 1702. Neste mesmo ano aconteceu em São Miguel um fato lamentável, foi a destruição da igreja de Nossa Senhora do Livramento e da igreja Ermida da Santa Cruz, ambas destruídas pela enchentes do Rio São Miguel. Nesta época, a matriz de São Miguel era a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário passou quase dois séculos, sendo a matriz oficial do povoado. Nos longos dos anos, ela sofreu bastante com as enchentes do rio São Miguel, chegando ao ponto de ficar toda desmoronada, a mesma foi demolida em 1938.
A igreja de Nossa Senhora do Ó foi construída em 1835, de frente para o rio São Miguel, no estilo barroco e rococó. Antigamente a igreja só tinha uma torre, a torre do lado direito. A torre do lado esquerdo não existia. Na face da parede da frente, existe uma placa datada de 1910. Esta data retrata o ano da construção da laje de concreto na entrada, ela foi feita para acomodar os grupos de orações e de louvores durante o decorrer da missa. O relógio que foi instalado na torre da direita, foi uma doação do proprietário do engenho do Coité, Coronel Marcos Antônio da Rocha e Silva, pai de José Marcos da Rocha da fazenda do Coité. Ele foi colocado na torre em 1913.
O relógio foi trazido da França, para o porto do Francês e de lá, ele veio transportado de Barcaças pelas águas do rio São Miguel. Já a torre do lado esquerdo foi construída em 1921, e foi inaugurada pelo Padre Júlio de Albuquerque que tinha acabado de chegar na cidade de São Miguel dos Campos. A torre foi uma prenda oferecida por dona Júlia da Rocha Santos, a Nossa Senhora do Ó, como pagamento de uma ação de graças alcançada, pois a mesma estava muito doente e fez uma promessa com a santa, se por acaso ficasse boa, ela mandaria fazer a torre do lado esquerdo. E foi o que aconteceu, ela ficou boa e mandou construí a torre. Dona Júlia era esposa do Coronel Francisco da Rocha Santos, ex. Prefeito Intendente e comandante da Guarda Nacional do município de São Miguel dos Campos.
De frente para o obelisco Floriano Peixoto, atual Praça do Centenário, havia um terreno de propriedade da igreja, onde funcionava um cemitério. Anos depois, o cemitério foi extinto e no local do cemitério foi construído uma escola, intitulada de Instituto Imaculada Conceição, depois Colégio Imaculada Conceição e posteriormente Escola Municipal Imaculada Conceição. Todas essas escolas foram extintas.
Em 1970, na administração do Monsenhor Benício Dantas houve uma grande reforma na parte interna da igreja, muitas coisas da sua característica foram mudadas. Principalmente o teto e o seu altar. Sua capela-mor ganhou uma nova roupagem, cada detalhes da sua originalidade foram pinceladas pelos artistas plástico, Fernando Lopes e Roberto Lopes. Ambos considerados pelos críticos, como uns dos melhores pintores de Alagoas e quiçá do Brasil.
Todos os anos, a igreja é restaurada e continua sempre em alto astral. A matriz de Nossa Senhora do Ó, depois Paróquia de Nossa Senhora do Ó é um dos patrimônios da cidade e faz parte do contexto histórico e cultural do município. Ela fica situada de frente para a Praça Padre Júlio de Albuquerque, também conhecida como Praça da Matriz. Bem no coração da cidade.
Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura