Fevereiro ou Março - Carnaval
O carnaval Miguelense
O carnaval é uma festa móvel, ou seja, não tem data fixa. Começa no sábado de Zé Pereira e termina na madrugada quarta-feira de cinzas.
O carnaval Miguelense era um dos mais tradicionais do Estado de Alagoas. Nos tempos passados o carnaval de São Miguel dos Campos era uma verdadeira festa popular, onde grupos de pessoas fantasiados com diversos trajes saíram pelas ruas da cidade, para cantar e divertir na folia no toque das grandes orquestras municipais.
Em (1947) existem dois blocos carnavalesco, um conhecido como, Osso (União das flores) comandados por zé Monteiro e Jucandino, sua rede era localizada na Rua da Bica e o outro o Aço (As Moreninhas) da Rua do Oiteiro do Meio, comandado por Joca Alfaiae. Esses dois blocos disputavam pau-a-pau entre si, cada um querendo ser melhor que o outro.
No povoado, Bernado Lopes, era a maior animação. O dono da Fábrica são Miguel, Abelardo Lopes reunia os operários e os convidados todos os anos naquela localidade industrial, para se comemorar o carnaval, era realmente uma grande festa, onde os foliões brincavam alegremente sem parar, ouvindo o toque da orquestra do maestro Bráulio Pimentel. (usava-se lança perfume original na época não era proibido).
Existiam na cidade dois clubes tradicionais, o três de Março da alta sociedade e 29 de setembro do povão, com a extinção desses dois clubes houve uma junção e criou-se o clube do Acém (que já não mais existe). Outro local apreciado pelos foliões era o salão do cinema ideal, já demolido, (pertencente a João de Medeiros Apratto).
Outro fato importante do carnaval miguelense era que uma orquestra que no sábado de Zé Pereira, ás quatros horas da tarde buscar os operários da Fabrica Vera Cruz, onde todos saíam pulando pelas principais ruas da cidade.
Já em 1976 a maior atenção eram as escolas de sambas, com seus carros alegóricos seus sambas enredos, onde a comunidade miguelense ficava ansiosa para assistirem os desfiles nas passarelas armadas nas ruas centrais da cidade (Praça do Relógio), era a maior animação, as pessoas torciam e vibravam alegremente pela sua escola de coração. Ás mais tradicionais eram as escolas de sambas, Unidos Caetés (Organizados: Valter Lino e Marcos) e Águia Negra (organizadores: Sandoval e Jonathan), além dos blocos carnavalescos que também participavam do grande desfile, tais como: sinhazinha flor, comandada pela folclorista Nair da Bertina, As Pecinhas e o bloco do Zé Honório da Rua da Bica.
O carnaval de rua era muito formoso naquela época, os foliões saíram pelas ruas da cidade, vestido de mulher, outros fantasiados de bobos, palhaço, máscaras do zorro e de outras inúmeras fantasias. Existia também o tradicional mela-mela, onde as pessoas jogavam farinha, água e maisena, uns nos outros, era a maior animação no toque dos bombos, tambores e instrumentos de sopro.
No clube Acém e Canavieiro acontecia os imperdíveis bailes carnavalescos. O frevo tomava conta da cidade, não só nos salões, mais em lugares mais acessíveis ao povão, no Mercado Municipal também conhecido pela população como légua, a Comunidade miguelense pulava desesperadamente ao lado de pierrôs e colombinas.
Atualmente infelizmente tudo mudou, com o fechamento dos clubes sociais; dos carnavais nas cidade litorâneas; da invasão do axé-music, quebradeiras, forrós-elétricos e seus "Blocos fora de época" que tem contribuído consideravelmente na perca da essência do carnaval em nossa cidade, não que as pessoas, principalmente os jovens, não gostam de frevo. Ao contrário, nos últimos anos três blocos de frevo: Peru da Madrugada, Só vai quem chupa e o "Mais uma", tem demostrado o contrário, são mais animados, são o que mais arrastam a multidão em plena luz do dia, com pessoas de todas as idades, quando as famílias e amigos se reúnem sem violência, sem drogas, sem as supostas falsa segurança das "cordas", com a volta dos "mela-mela", carros pipas, para os indispensáveis banhos, fantasias e tudo que o carnaval realmente deve ser; uma manifestação realmente popular sem distinção de idade, cor, raça ou classe social.
A Casa da Cultura, sempre objetivando a preservação do frevo e dos antigos carnavais, vem promovendo todos os anos atividades para manter as tradições carnavalesca, com bailes a fantasias, blocos carnavalescos, e a escolha do Rei Momo e Rainha do Carnaval.
Em 2011 junto com as escolas públicas e particulares, levou centenas de criança e adolescentes, para visitarem a exposição fotográfica sobre o carnaval e os trabalhos da "Oficina de máscaras de carnaval" onde as mesmas puderam apreciar toda a Casa devidamente ornamentada de confetes, serpentinas e etc, com o boneco gigante batizado de "seu Miguel" que será o mascote dos nossos futuros carnavais, se divertiram para valer, alguns fantasiados, dançaram, cantaram as marchas de frevo que tocava durante as visitações.
Foi a prova definitiva, que o frevo, está e em nosso sangue, que temos e dar continuidade, valorizar, incentivar, a mais espontânea e alegre das nossas tradições.