A imagem de São Benedito é um símbolo muito significativo na religiosidade popular brasileira, especialmente entre as comunidades afrodescendentes. Conhecido como o "Santo Preto", São Benedito é venerado como padroeiro dos negros, dos escravizados e das Irmandades dos Homens Pretos,  confrarias religiosas que surgiram no período colonial como espaços de resistência cultural e espiritual para os afro-brasileiros.

São Benedito, cujo nome original é Benedito de Nursia, foi um monge italiano do século XVI, reconhecido por sua humildade, bondade e milagres. No Brasil, sua imagem foi ressignificada pelas populações negras, que o adotaram como protetor e intercessor diante das dificuldades da escravidão e da discriminação racial.

Geralmente, a imagem de São Benedito o retrata com traços negros, vestido com hábito religioso e segurando uma cruz ou o círio pascal símbolos de sua fé e missão de cura e proteção. Essa representação valorizava a identidade negra e fortalecia o senso de pertencimento e dignidade das comunidades que o cultuavam.

As Irmandades de São Benedito tiveram papel fundamental na organização social e religiosa dos negros e afrodescendentes, promovendo festas, missas e eventos em homenagem ao santo, reforçando laços comunitários e criando espaços de luta contra a opressão e o racismo.

Além do aspecto religioso, a devoção a São Benedito integra importantes manifestações culturais, como as festas de reisado, folias e congadas, que misturam elementos católicos com tradições afro-brasileiras, resultando em uma rica expressão de fé, arte e resistência.

Hoje, a imagem de São Benedito é reverenciada em todo o Brasil, sobretudo em cidades com forte presença afrodescendente, simbolizando esperança, fé e a continuidade de uma história de resistência cultural e espiritual.